quinta-feira, 26 de maio de 2011

Ahhh... o português safado...

Encontramos algumas figuras caricatas e peculiares por aqui.

No primeiro dia em Vila Real saímos para comer algo logo após o meio-dia. Ao indagar um transeunte sobre um bom lugar para se comer, fomos indicados ao Zé do Frango.

Seguimos a rua e logo a nossa direita encontramos um pequeno bar que servia almoço. Perguntamos se ali era o "famoso" Zé. Recebemos uma negativa seguida de um convite para ali comermos pois seria tão bom quanto.

Seu nome era Augusto. Senhor de uns 50 anos, um tanto gordinho. De pronto já começou a nos trazer talheres para ficarmos ali. Com uma persistência admirável, o Portuga acabou por nos convencer. 2 frangos no bafo foi nosso pedido. Um acompanhado de batas cozidas, o outro de batatas fritas. Enquanto esperavamos tomamos uns copos da deliciosa cerveja local Sagres.

Ficamos surpresos quando chegou nossa comida. Pedaços de frango cozido embebidos em óleo. Não era bem isso que pensamos mas como a fome era tanta, encaramos.

Foi um tanto indigesto. Não fossem as batatas cozidas, o pão e a salada acho que não conseguiriamos terminar aquele prato. Enquanto comiamos, conversavamos com o velho português. Algumas histórias sobre o seu lado brasileiro da família e curiosidades sobre Vila Real. Quando ele se afastava, cochichavamos sobre o quão indigesto era o prato.

O melhor foi no final quando pagamos. O Augusto, na parceria, nos cobrou 6 euros por cada refeição. Quando saímos vimos que em qualquer restaurante um almoço é 3,50!!! 

Velho safado! 

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Pelos ares

Foram aproximadamente 15 mil quilômetros de viagem. Santa Maria, Porto Alegre, São Paulo, Madri, Porto e o destino almejado: Vila Real.
Da capital gaúcha à capital paulista foi o mais tranqüilo e, talvez, o mais emocionante. O primeiro vôo. Eu já havia voado quando muito jovem com minha família. Mas nada tão “sério”quanto este. Chegando em Sampa pude perceber a grandiosidade de nossa empreitada. Um grande aeroporto com pessoas de todas etnias transitando. Éramos dois no mundo.
Check-in feito, vamos comer algo. Não é à toa que os norte-americanos sejam obesos. Pedimos dois lanches do Mcdonalds. Ao ler a embalagem me surpreendo: o hambúrguer me oferecia 109% do valores diários necessários de COLESTEROL. Credo.
Muito bem alimentado, me dirijo ao portão 11 de embarque. O avião que me aguarda é muito maior que o anterior. Estava pronto para atravessar o oceano! Sem glamour algum, nos último assentos ao fundo do aeroplano, decolamos. Frio na barriga. Uma viagem de 12 horas, 10 mil quilômetros não é tão agradável como deveria ser. Mas tudo bem. Chegamos em Madri pela manhã.
Viajamos pelo tempo! Passamos por 5 fusos horários diferentes. A única coisa que pensávamos na capital espanhola era que nossos amigos estariam no começo de uma comemoração (ou não, como viemos a descobrir depois) e nos víamos o sol nascer no Velho Mundo.
Meu irmão me advertiu que eu deveria estar atento ao horário do próximo vôo rumo a Portugal pois o aeroporto seria muito grande e precisaria me deslocar muito. Acho que nem ele consegue ter a dimensão da imensidão do lugar! Foi escada rolante, elevador, metrô e um ônibus até chegarmos ao nosso avião. Este já era mais simples. Uma hora de viagem e dois biscoitos amanteigados colo lanche à bordo.
Chegamos à Portugal! Cidade do Porto! Um alívio que só foi abalado por um policial federal que nos parou no corredor de saída. Mas apenas perguntou de onde viemos e o que fazíamos no país dele. Sem complicações. Estávamos a contemplar a primeira plena manhã no continente europeu.
É muito delicado falar de crise em Portugal. A minha primeira impressão é de que nada disso é verdade. Pegamos um taxi para nos levar ao centro da cidade onde pegaríamos um ônibus rumo a Vila Real. O taxi era um Mercedes bens motor 1.8 com o interior de couro e painel de mogno. De onde venho isso não é crise. Mas isso é outra história.
€7,20 custou o bilhete desta última viagem.
Chegamos ao nosso destino. A linda cidade de Vila Real, na região de Trás-os-Montes em Portugal!
Agora a verdadeira aventura começa.

Velho mundo, Vida nova.

Cá estou, finalmente, em Portugal. Depois de muito esperar, me frustrar e me  surpreender, chego ao meu destino em busca de desafios conhecimento.
Longe de casa, dos amigos e, talvez o mais difícil, longe da família. Porém comigo tenho um fiel companheiro, grande amigo e agora companheiro inseparável.
A aventura começou logo ao partir de Santa Maria. A ficha só foi cair quando estava em Porto Alegre. Contendo o máximo de meus sentimentos para não ficar triste, me despedi da vida que tinha ao encontro de um mundo novo.
Ao chegar em São Paulo me vi sozinho. E agora não tem volta.